Transgênicos são bons para o agricultor e o ambiente, diz estudo nos EUA

Relatório científico alerta, porém, para o crescimento da resistência de pragas a herbicidas
Culturas geneticamente modificadas são lucrativas para os fazendeiros e podem ajudar a proteger o meio ambiente e as pessoas de uma overdose de pesticidas, disse um comitê de especialistas nessa terça-feira, 13.Mas existe o risco de que as pragas estejam desenvolvendo resistência ao Roundup, o herbicida usado para tratar campos cultivados com um certo tipo de planta transgênica, acrescentaram os pesquisadores.E a tecnologia da modificação genética não está sendo explorada o suficiente, em vista dos benefícios potenciais que possui, acrescenta o comitê do Conselho nacional de Pesquisa dos EUA."Estamos vendo evidências sólidas de que a resistência das pragas ao glifosfato está aumentando. Isso requer atenção séria", disse David Ervin, da Universidade Estadual do Oregon em Portland, que presidiu o comitê.Glifosfato é o principal ingrediente do herbicida Roundup, da Monsanto.A empresa criou várias culturas geneticamente modificadas para resistir ao efeito do produto que, segundo Ervin, substituiu agrotóxicos mais perigosos para a saúde humana.Nove pragas nos EUA desenvolveram resistência ao glifosfato em áreas onde culturas transgênicas são plantadas, em comparação com sete em áreas onde a modificação genética não é usada."Fazendeiros que adotaram culturas geneticamente modificadas têm experimentado custos de produção mais baixos e obtido produção maior, em muitos casos graças a um controle de pragas mais eficiente e perdas menores para insetos", diz o relatório do Conselho, que faz parte das Academias Nacionais de Ciência que aconselham o governo federal."Fazendeiros e seus empregados não apenas enfrentam uma exposição reduzida aos produtos químicos nocivos presentes em alguns herbicidas e inseticidas que eram usados antes da introdução das lavouras geneticamente modificadas, como passam menos tempo nos campos aplicando pesticidas".Ervin disse que o comitê não avaliou as questões de saúde ou segurança, que foram cobertas em relatórios anteriores. "Tentamos navegar pelo meio. Não quisemos ser pró ou contra", disse ele.O uso de culturas geneticamente modificadas para resistir a pesticidas também permite que os agricultores dependam menos de práticas que empobrecem o solo e causam erosão, afirma o relatório.Até agora, os genes que produzem resistência a pesticidas ainda não foram assimilados por plantas silvestres nos Estados Unidos, o que poderia criar superpragas, afirma o relatório, lembrando, porém, que o risco permanece.BRASILNo Brasil, o plantio e comercialização de variedades transgênicas depende da aprovação de órgãos do governo federal - a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e o Conselho Nacional de Biossegurança.O uso desse tipo de planta é duramente criticado por ambientalistas, que temem o impacto ecológico das variedades modificadas e alertam para as incertezas quanto ao impacto das plantas transgênicas na saúde humana, muito embora não exista confirmação de efeitos nocivos.No Brasil, produtos que contêm uma proporção de transgênicos superior a 1% devem apresentar um selo especial, para informação do consumidor.

Analistas acreditam em queda nos preços dos fertilizantes No primeiro trimestre de 2010, os produtos a base de nitrogênio subiram cerca de 30%


O preço do fertilizante, que subiu no início desse ano, deve voltar a cair e se manter abaixo dos valores praticados no ano passado. É o que esperam consultores de mercado. Na revenda onde o produtor faz as compras, o adubo subiu 24% de dezembro de 2009 a março desse ano. Os gastos com fertilizantes costumam ser maiores no caso da laranja, comparados com os grãos. Segundo os citricultores, além do adubo no solo, também precisam ser feitas várias aplicações de adubos foliares ao longo do ano. E quem vende laranja de mesa acaba gastando ainda mais, já que o fruto tem que chegar ao mercado quase perfeito.
De acordo com a Associação dos Misturadores de Adubos do Brasil (AMA Brasil), no primeiro trimestre de 2010, os produtos a base de nitrogênio subiram cerca de 30%. Nos que levam fósforo, a alta no preço chegou a 50%. Apenas os fertilizantes a base de potássio ficaram estáveis. O diretor da AMA Brasil, Eduardo Florence, afirma que a explicação está no mercado internacional. Com as safras maiores, a demanda por adubo aumentou principalmente no hemisfério norte.
– Houve no mundo todo uma retomada, um certo aquecimento da economia na Ásia, nos EUA, no mundo todo.
Mas essa alta de preços não deve durar muito tempo, avalia o consultor de mercado da Agroconsult, Cleber Vieira. Ele sugere que o produtor brasileiro espere pelo menos até junho para fazer as compras.
– A tendência é de queda a partir do momento que o plantio de encerra no hemisfério norte. A nossa expectativa é que em 2010 a média dos preços fique inferior ao que foi observado em 2009.

Políticas Públicas Promovem o uso Sustentável do Solo

“O Dia Nacional da Conservação do Solo representa mais uma oportunidade de reflexão da sociedade e governo sobre a importância de aperfeiçoar instrumentos de políticas públicas para aumentar a produtividade do solo e a competitividade do agronegócio”. A afirmação é do chefe de divisão de Agricultura Conservacionista do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Maurício Carvalho, que participou de simpósio sobre o tema, nesta quinta-feira (15), em Brasília.O planejamento de uso da terra e a adoção de tecnologias sustentáveis, adaptadas à realidade local, são indispensáveis para prevenir e reverter impactos negativos da atividade agropecuária inadequada. “Com o objetivo de viabilizar melhor uso, manejo e conservação do solo, o Mapa vem apoiando iniciativas, por meio de parcerias institucionais e financiamentos para a adoção de práticas conservacionistas, recuperação de pastagens, calagem e fertilização do solo”, explica.Segundo Maurício Carvalho, uma das técnicas agrícolas mais eficientes na conservação do solo é o Plantio Direto na Palha, que aumenta a produtividade, reduz gastos com combustível e protege o meio ambiente. “Esse sistema, revolucionário na agricultura, dispensa revolvimento do solo com o uso de grades e arados, trabalha com rotações de culturas e aumenta a matéria orgânica”, ressalta. O Programa de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta também foi citado, durante o evento, como estratégia para recuperação de solos e diversificação de renda do produtor rural.O Dia Nacional da Conservação do Solo é comemorado há 20 anos. O Mapa instituiu a data, por meio de Lei Federal, com o objetivo de promover debates, palestras e dias de campo para discutir o tema e conscientizar a sociedade quanto ao uso sustentável do solo.
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Plantio Direto e Rotação de Cultura com a Cara do Brasil

Em 1985, dez anos depois de criada a Embrapa Soja, o engenheiro agrônomo Celso de Almeida Gaudêncio colocou em prática uma pesquisa desenvolvida em Londrina que deixava os agricultores receosos: plantar sobre a palhada da lavoura anterior que, por sua vez, havia sido cultivada dentro de um sistema de rotatividade de lavouras. O medo de que o resto da colheita poderia infestar o plantio seguinte com insetos e ervas daninhas caiu por terra com o passar das safras e mostrou que os benefícios são muitos, a começar com o aumento médio comprovado de dez por cento na produtividade.
Passados 25 anos, pesquisadores da Embrapa, juntamente com o já aposentado Gaudêncio, seguem divulgando as técnicas, amparados em novos argumentos: as práticas ajudam na preservação ambiental, no controle natural de pragas, na prevenção à compactação e à erosão do solo, na redução de custos e principalmente na continuidade produtiva da propriedade. ''O plantio direto foi o primeiro passo e a rotação de cultura deu sequência a um trabalho desenvolvido ao longo dos anos e que hoje se tornou hábito nas lavouras brasileiras'', diz o pesquisador Júlio Cezar Franchini. Junto com o engenheiro agrônomo Henrique Debiasi, ele dá continuidade ao trabalho que Gaudêncio desenvolveu na Embrapa em parceria pioneira com a Cooperativa Coamo, na área de manejo de solo e fertilidade.
Segundo Franchini, a principal dificuldade atual é manter a qualidade e a eficiência do sistema de manejo. A pressão do mercado faz com que os agricultores façam a rotação de cultura apenas com soja e milho safrinha, deixando de lado opções de cobertura verde como aveia e azevém. O pesquisador também reclama do ''abandono'' do milho de verão, considerado ótima opção e que, segundo pesquisas, ampliam a produção da soja quando esta volta ao circuito. ''As escolhas atuais do agricultor rendem pouca palhada após a colheita, prejudicando a retenção de água e aumentando o ataque de pragas. Nós tentamos convencê-lo de que variações de cultivares em ambas as estações, podem render até dez sacas a mais de soja por hectare'', explica.
Outro problema identificado por Franchini e Debiasi é a compactação do solo, decorrente da concentração de operações em períodos chuvosos. Nos últimos anos, as colheitas estão cada vez mais concentradas entre janeiro e fevereiro. Além de colher a lavoura e deixar o campo exposto, o uso intensivo de caminhões e tratores sobre o solo úmido piora a situação.
Além de trabalhar na conscientização dos agricultores sobre estes problemas, a Embrapa também vem ampliando ao longo dos anos a estrutura do sistema com experimentos positivos na integração lavoura e pecuária, principalmente nas regiões norte e noroeste do Paraná. A idéia é simples: ao usar cobertura verde garante a proteção e recomposição do solo e ainda oferece alimentação para o gado. ''Levantamentos mostram que o risco de investimento na agricultura chega a 60%, enquanto que na pecuária, é de 40%. Ao juntar as atividades na propriedade, o risco cai para 25%. Os números são tão positivos que iniciamos, em 2006, experimentos com forrageiras tropicais'', diz Franchini, referindo-se ao consórcio entre braquiárias e milho safrinha. Na região entre Maringá e Cianorte, mais de 40 mil hectares já adotaram o consórcio.
Para o futuro, o sistema ideal será o consórcio lavoura-pecuária-floresta, já que o valor da madeira tem aumentado a cada ano no mercado. ''O Paraná sempre foi destaque nacional no desenvolvimento de sistemas de manejo. Um trabalho que começou lá atrás, com o Celso Gaudêncio, e que agora segue com parcerias entre Embrapa, Iapar, universidades, cooperativas e técnicos da Emater'', informa Franchini.
Fonte: www.agropecuarianoms.blogspot.com

Preço agrícola acumula alta de 0,94% em 12 meses,diz FGV


De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), os preços dos produtos agrícolas no atacado acumulam aumentos de 3,50% no ano e de 0,94% em 12 meses. Já os preços dos produtos industriais registraram taxas positivas de 2,69% no ano e de 0,74% em 12 meses.
O IPA-DI acumula altas de 2,88% no ano e de 0,79% em 12 meses até março, informou a FGV. Nesta quinta, dia 8, a instituição anunciou o IGP-DI do mês passado - sendo que o IPA-DI representa 60% do total do IGP-DI.
Dentro do Índice de Preços por Atacado segundo Estágios de Processamento (IPA-EP), que permite visualizar a transmissão de preços ao longo da cadeia produtiva, os preços dos bens finais apresentaram aumentos de 3,76% no ano e de 3,99% em 12 meses. Por sua vez, os preços dos bens intermediários tiveram elevações de 3,25% no ano e de 0,43% em 12 meses. Já os preços das matérias-primas brutas acumulam alta de 0,99% no ano, mas ainda registram queda de 3,05% em 12 meses.
Ao comentar o cenário da inflação no mês de março, a FGV também revelou a análise de preços por produtos. As mais expressivas altas de preço foram registradas em tomate (71,71%); leite in natura (8,39%); e feijão em grão (26,04%). Já as mais significativas quedas de preço, no atacado em março, foram registradas nos preços de soja em grão (-5,93%); álcool etílico anidro (-13,73%); e farelo de soja (-16,87%).
Fonte; fundacao Gertulio Vargas (FGV)

EUA começa a cumprir acordo firmado com o Brasil


O governo Barack Obama ignorou as reclamações do Congresso dos Estados Unidos e começou a cumprir o acordo com o Brasil. A partir desta quinta, dia 8, estão suspensos os pagamentos do programa de garantia de crédito à exportação agrícola previstos para este ano. Nesta quarta, 7, senadores americanos afirmaram que mudanças nos subsídios só poderiam ocorrer em 2012.
O Departamento de Agricultura dos EUA informou que os produtores teriam até o meio-dia desta quinta para garantir empréstimos nas condições atuais. Segundo comunicado do órgão, os recursos voltarão a ser oferecidos, mas com novos juros. Dos US$ 5,5 bilhões previstos para 2010, os EUA liberaram US$ 2,8 bilhões até o início da semana.
É a primeira medida concreta dos americanos para modificar os subsídios após o acordo selado com o Brasil na segunda, dia 5. Os EUA se comprometeram a suspender o programa enquanto negociam com os brasileiros juros menores e prazos mais curtos para o financiamento da exportação agrícola.
Se realmente mudarem o programa, os americanos vão desestimular a exportação, o pode elevar as vendas brasileiras de algodão, soja, carne de frango e carne suína - produtos em que o Brasil concorre com os EUA no mercado. O programa de garantia à exportação vale para todas as commodities agrícolas.
— O Congresso estava ameaçando, mas os americanos fizeram o que haviam prometido — disse Pedro de Camargo Neto, ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e mentor do painel do algodão.
O governo brasileiro adiou para 22 de abril a retaliação contra produtos americanos. Se tudo caminhar bem, mais 60 dias serão concedidos para chegar a um acordo definitivo. A Organização Mundial do Comércio (OMC) autorizou o Brasil a retaliar, depois que os EUA se recusaram a tirar os subsídios considerados ilegais pelo órgão em um processo vencido pelo país. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.